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resenhas
Leonardo Padura, escritor cubano, é um dos novos nomes da literatura internacional. Nesse romance - O homem que amava os cachorros, o autor nos brinda com uma história instigante do início ao fim. Sob a perspectiva de três personagens diferentes, mas cujos caminhos se conectam, o autor remonta um período histórico da Guerra Fria, contando principalmente a história de Trotski, um dos líderes soviéticos. Sem recorte ideológico, o enredo se passa em vários países do globo terrestre, ressaltando não só os aspectos exteriores mas todo o elastério psicológico que compõe os atores principais da trama. Apesar de longa, a leitura é fluída e sempre deixa o gosto de quero mais.
Haruki Murakami é um dos autores mais lidos na atualidade. Com estilo kafkiano, o autor utiliza-se de figuras absurdas na construção do personagem principal da história - Tsukuru Tazaki. Trata-se de um jovem engenheiro japonês que se afasta de sua cidade natal, obrigado a viver longe de seus amigos devido a profissão que escolhera. Aos poucos, o personagem tenta entender alguns acotecimentos do passado que ficaram sem explicação e mal resolvidos. Apesar de ser um romance, a leitura beira um teor altamente poético, o que recheia o livro de cenas fortes e agradáveis. Alterna-se medo e frustração, com pitadas de passagens que provocam o relaxamento. Uma obra prima, sem dúvida alguma.
Com estilo altamente realista, Irvine Welsch constroi a trama de jovens britânicos alucinados e viciados em heroína. Você se sente altamente impactado com as cenas de descrição dos sentimentos dos personagens em Trainspotting, que depois virou filme. O universo do livro é dinâmico e, às vezes, bastante explícito. Interessante notar as relações dos jovens entre si e a pressão do grupo sobre o comportamento uns dos outros. Mostra-se muito a dificuldade com o vício de drogas e o clima de permanente tensão e briga que envolve os jovens na família e na sociedade. Com descrição de sotaques e trejeitos, parece que você está vendo uma cena real.
Joe Speedboat é um livro inesquecível, porque traz elemento de esperança às nossas vidas, mesmo em meio a dificuldades que parecem insuperáveis. A grande sacada do autor é colocar no enredo personagens fortes que influenciam uns a vida dos outros, de modo a expor as nuances do relacionamento humano e suas múltiplas potencialidades. Fransje é um jovem adolescente holandês recém saído do coma, que se vê preso a uma cadeira de rodas. Sua vida começa a mudar quando um garoto, chamado Joe, chega a cidadezinha do interior, causando o maior furdúncio. Joe Speedboat têm muitas ideias. Brota-se então uma amizade entre eles, que não se baseia na pena ou misericórdia, mas na genuidade e originalidade. A narrativa fica interessante quando os amigos decidem construir um avião e participar de um campeonato de queda de braço pela Europa. Além disso, a epopeia tem pitadas de cenas amorosas entre Fransje e uma mulher. Demonstra-se que a pessoa portadora de deficiência motora pode levar uma vida normal, principalmente se houver pessoas que a estimulem.
Cem anos de solidão é a mais reconhecida e renomada obra de Gabriel Garcia Márquez, o gênio colombiano, fundador da literatura fantástica latino-americana. Nessa obra, Gabriel conta a história da cidade Macondo e da família Buendía, inspirado em sua própria família. O destino dos personagens (que são muitos no contexto) parecem desembocar em um único lugar: a irrefreável luta contra o invasor. Assim, cada integrante da família, a seu jeito ou modo, vai se enfrentando com o avançar dos anos e a transformação da cidade. Alguns preferem se isolar e outros guerrear. A narrativa é ilustrada com figuras muito imaginativas (quem não se lembra dos peixinhos dourados?). Cheia de acontecimentos aparentemente inexplicáveis e mágicos, o desenrolar da história traz uma metáfora quase constante com o destino real de nosso continente, que se afirma e desafirma conforme as intempéries estrangeiras, num contínuo avanço e retrocesso em busca de nossa verdadeira identidade. Sem dúvida, uma leitura, embora longa e com vocabulário rico/difícil, indispensável aos amantes da literatura.
Reparação é uma obra do britânico Ian McEwan. O enredo perpassa no interior da Inglaterra, onde mora a pequena Briony, que gosta muito de escrever e inventar estórias. Seus primos vêm a visitar e ela decide montar uma pequena peça. Os ensaios não vão bem e seu desejo deve ser interrompido. Tudo muda quando ela vê uma cena inusitada de sua irmã mais velha com o filho do caseiro. Além disso, seus primos se perdem por alguns dias. Esses acontecimentos marcam a sua vida e ela tem que lidar com as consequências de seus erros/enganos. Aos poucos, vai crescendo e entendendo algumas situações que ficaram mal resolvidas. Sua história continua até que decide voltar a visitar a irmã mais velha e contar-lhe tudo que ocorreu, tentando reparar os erros do passado. O livro é bem interessante porque traz a humanidade aos personagens que tomam atitudes às vezes precipitadas e prejudiciais aos outros por simples equívoco na percepção da realidade. Conta-se uma vida escondida e desfeita por um erro, mas ao mesmo tempo todo um contexto rico e detalhado do psíquico e emocional de Briony. Uma leitura demorada mas agradável. Vejam estas resenhas também (http://www.entrelinhasfantasticas.com.br/2016/02/resenha-reparacao-atonement-ian-mcewan.html ; https://estantedojusto.com/2016/07/10/reparacao/).
Sidarta é um livro do autor alemão Herman Hesse. Traça a história de um jovem que decide se tornar monge, estudando doutrinas e ligações com a cultura budista. Descobre, então, que não lhe serve mais os ensinamentos do grande mestre. Assim, decide se separar da trajetória escolhida, para conhecer os prazeres da vida. No entanto, depois de muito tempo desfrutando os aspectos terrenos, vê também que esse não pode ser mais o caminho que escolhera. Tendo conhecido os dois opostos da vida, Sidarta, então, vai construindo sua própria senda e acumulando conhecimentos através da sua experiência de vida. Trata-e de livro de conteúdo humano muito rico e fundamental para quem acha que a vida é só o preto ou o branco. A busca do equilíbrio é fundamental. Resenha em: Canal Ler antes de morrer da Isabella Lubrano: https://www.youtube.com/watch?v=9IRsbIlkW0g .
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